Os estudos sobre as estradas existentes no Brasil iniciam-se a partir do descobrimento e, muitas pesquisas arqueológicas precisam ainda ser desenvolvidas para que se possa conhecer mais a respeito dos caminhos que eram utilizados pelos povos pré-cabralinos. Buscou-se, a partir das referências citadas adiante, fazer uma cronologia - de forma sucinta e ilustrativa - dos caminhos abertos no território brasileiro, partindo do início do século XVI, passando pelo Império, pela República, até os dias de hoje.
De acordo com Bernucci et al.,(2006), durante o governo de Mem de Sá, terceiro governador- geral do Brasil, em 1560, é reportada a primeira estrada brasileira - o caminho aberto para ligar São Vicente ao Planalto Piratininga.
Essa ligação compreendia três trechos distintos: o de planalto até o Rio das Pedras, o de Serra até Cubatão e o da Baixada, que, com seu emaranhado de rios e canais, havia a alternativa de navegação. Em 1661, esse caminho é recuperado pelo governo da Capitania de São Vicente. Em 1789, foi iniciada uma pavimentação no trecho da serra, com lajes de granito, a chamada Calçada de Lorena - nome dado em homenagem ao governador da capitania - Bernardo José Maria de Lorena, pelo Real Corpo de Engenheiros Portugueses e concluída em 1792. A mão- de-obra era obtida de escravos cedidos à obra por devedores à capitania, indígenas, pessoas marginalizadas recrutadas, soldados, marinheiros e desocupados capturados. Assim, não havia interesse em desenvolver e aprimorar técnicas profissionais.
A Figura 1 mostra o primeiro caminho pavimentado com pedras entre São Paulo e o Porto, utilizado para o escoamento da produção de açúcar produzido nas vilas do interior.
Figura 1 – Calçada de Lorena. Disponível em: http://vipbus.wordpress.com/2009/11/29/as-curvas-da- estrada-de-santos/. Acesso em: 24/08/2012.
Em 1837, com uma nova lei do Império, que autoriza a existência de barreiras nas estradas - uma espécie de pedágio, conhecida como "Renda da Barreira”, - desde que os recursos recolhidos sejam aplicados na melhoria delas, tem início, neste local, a construção da Estrada da Maioridade, usando parte do traçado da Estrada do Mar. Essa nova construção, concluída em 1844, recebe esse nome em homenagem à maioridade de D. Pedro II. Em 1904, com o fim da lei, a estrada foi praticamente abandonada, pois concorria diretamente com a linha férrea, inaugurada em 1867.
Em 1837, com uma nova lei do Império, que autoriza a existência de barreiras nas estradas - uma espécie de pedágio, conhecida como "Renda da Barreira”, - desde que os recursos recolhidos sejam aplicados na melhoria delas, tem início, neste local, a construção da Estrada da Maioridade, usando parte do traçado da Estrada do Mar. Essa nova construção, concluída em 1844, recebe esse nome em homenagem à maioridade de D. Pedro II. Em 1904, com o fim da lei, a estrada foi praticamente abandonada, pois concorria diretamente com a linha férrea, inaugurada em 1867.
Em 1920, foi criada por Rudge Ramos a Sociedade Caminho do Mar, responsável pela reconstrução da estrada, que teve seu trecho mais íngreme pavimentado com concreto em 1922. No ano seguinte, o governo do Estado adquiriu a "Sociedade Caminho do Mar" e abriu a estrada ao público, cessando a cobrança de pedágio. Parte da estrada ligando Santos a Cubatão foi asfaltada em 1928 e já se começava a discutir a construção de nova via. O que só foi possível em 1939, quando tiveram início as obras da Via Anchieta. Em abril de 1947, o governador Adhemar de Barros entregou a sua obra, embora não estivesse completa (só a pista ascendente), e, dois anos depois, foi inaugurada a outra pista. A Figura 2 mostra o passeio inaugural.
Figura 2 – Inauguração da Via Anchieta, em 1947. Foto: Rafael Dias Herrera. Acervo Fundação Arquivo e Memória de Santos (FAMS). Disponível em: http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0102i.htm. Acesso em: 24/08/2012